Falando francamente, ninguém ganha um concurso de popularidade entre os colegas de trabalho elogiando o chefe, certo? Destacar os aspectos positivos do líder ou da companhia pode garantir a fama de adulador e interesseiro, enquanto o funcionário insatisfeito, que reclama de tudo, adquire o status de pensador analítico. Como lidar com funcionários nessa situação?
Até que ponto a insatisfação no trabalho deve sinalizar que a organização precisa rever conceitos e realizar mudanças? Quando saber qual é o momento de intervir na empresa ou na atitude dos funcionários?
Quer descobrir essas respostas e aprender como lidar com funcionários insatisfeitos? Então não perca este post! Vamos tratar desse assunto com dicas um pouco diferentes daquelas convencionais que você já deve ter visto em diversos artigos. Confira!
1. Mapeie a origem da insatisfação e seu alcance
Ouvir os insatisfeitos não é, exatamente, uma dica pouco convencional. Provavelmente outros especialistas darão a mesma sugestão. Porém, nós não estamos aqui propondo que você simplesmente ouça no sentido de “atender”, mas que analise a origem e o alcance do problema.
O primeiro passo é realizar pesquisas relacionadas à satisfação dos colaboradores e ao clima organizacional. Elas podem ser anônimas e informatizadas, fazendo com que o RH tome conhecimento das principais reclamações.
Também é importante classificar essas queixas. Talvez um grupo esteja descontente com o salário e o pacote de benefícios oferecidos pela empresa. Outros podem reclamar da sobrecarga e até da equipe. Existem os que acreditam que o problema está na liderança da organização. Conhecer estes pontos te ajudará a entender como lidar com funcionários mais insatisfeitos.
Para cada um desses casos, as soluções são diferentes. Portanto, faça esse mapeamento para determinar o nível de insatisfação, sua origem e seu alcance dentro do grupo de funcionários.
É importante identificar se as queixas são generalizadas ou possuem uma origem específica. Às vezes um único colaborador — ou um grupo pequeno — está fomentando o descontentamento.
A conversa, sempre privada e discreta, é a melhor forma de realizar essa identificação. Como especialista em gestão de pessoas, você logo vai diferenciar os colaboradores convictos de suas queixas daqueles que apenas estão seguindo a maré.
2. Analise seus concorrentes
Como já falamos, alguns dos seus funcionários podem reclamar de salários, benefícios e carga de trabalho. Para esses casos, uma boa solução é pesquisar a concorrência para descobrir se eles têm uma parcela de razão.
Descubra se os salários que a sua empresa oferece são compatíveis com a média de mercado, considerando negócios da mesma região, porte e ramo de atividade. Se eles forem realmente inferiores, sinalize essa discrepância à diretoria.
Remuneração e benefícios atrativos não são o único fator para captar e reter talentos, mas são extremamente importantes para alcançar esse objetivo. Portanto, a empresa deve realizar um esforço para melhorar esses números.
No entanto, se a sua organização pratica a média do mercado, esse é o momento para começar uma campanha de comunicação interna ou endomarketing. Pense em outras empresas como concorrentes que disputam os mesmos talentos e desenvolva estratégias para mostrar a eles que a sua organização é, sim, uma excelente opção.
3. Capacite sua liderança
No entanto, muitas vezes as queixas dos trabalhadores se referem a aspectos mais delicados, como o relacionamento entre liderança e funcionários. Mais uma vez é importante averiguar a situação para verificar se elas são procedentes.
De qualquer forma, é sempre bom atuar para capacitar a liderança no que se refere à gestão de pessoas. Além dos aspectos técnicos, os diretores de departamentos precisam desenvolver novas competências para a gestão de projetos e equipes.
Comunicação clara e direta, estabelecimento de metas, condução de projetos, feedbacks construtivos, gestão de conflitos — esses conhecimentos são essenciais para que os líderes saibam como lidar com funcionários e consigam conciliar alta produtividade e satisfação.
4. Pratique a meritocracia
Porém, nem tudo é responsabilidade da empresa. Muitos funcionários têm chefes excelentes, trabalham em organizações que valorizam seu capital humano e, mesmo assim, continuam insatisfeitos.
A frustração pode acontecer, na verdade, porque o colaborador não se encontrou na carreira ou por acreditar que não recebeu todas as oportunidades que merecia.
A melhor forma de lidar com essa situação é trabalhar por oportunidades de carreira baseadas na meritocracia. É importante que a empresa seja transparente quanto a isso, estabelecendo uma descrição precisa das atribuições de cada cargo e os requisitos para alcançá-lo.
Assim, os funcionários sabem exatamente o que precisam fazer — realizar cursos, desenvolver competências, adquirir experiência — para progredir dentro da companhia. Portanto, o crescimento profissional fica atrelado à iniciativa para o autodesenvolvimento, à performance e ao mérito, reduzindo a percepção de injustiça e a insatisfação.
Também é importante que, periodicamente, a empresa realize avaliações de desempenho. Elas devem ser encaradas como uma parte natural do processo e sinalizar ao colaborador o que ele precisa desenvolver para atingir seus objetivos.
5. Invista na cultura organizacional
Não podemos negar que a cultura da sociedade está muito mais voltada para a reclamação que para a solução. Isso faz com que falar mal do chefe seja o “esporte favorito” de grande parte dos funcionários.
Por isso, a empresa deve investir na reinvenção de sua cultura organizacional. Ela pode incentivar a atitude de propor soluções em vez de apenas atacar um problema ou suas consequências.
6. Desapegue
Em alguns casos, apesar de seus melhores esforços, é impossível reverter o quadro. Se realmente não houver maneira de mudar a disposição do funcionário insatisfeito, a melhor alternativa pode ser a sua substituição.
Pior que um insatisfeito que sai da empresa é aquele que fica. Ele fomenta o descontentamento, prejudica o clima organizacional, o desempenho e a produtividade do grupo.
7. Reveja seu processo seletivo
A prioridade é realmente como lidar com funcionários insatisfeitos que já estão dentro da organização. Mas que tal aprender com essa situação e tornar seus novos processos de recrutamento e seleção mais eficientes?
Pergunte-se como foi a seleção dos descontentes atuais: o que foi levado em consideração para a contratação? Houve uma ênfase muito grande nos conhecimentos técnicos e experiência em detrimento do perfil comportamental e aderência cultural?
Então é hora de rever esse processo seletivo! Comece a planejar suas próximas contratações com entrevistas e processos capazes de identificar esses últimos aspectos e valorize-os em sua avaliação.
É muito mais fácil para a organização ajudar um candidato que se identifica com a cultura organizacional e tem o perfil comportamental adequado a adquirir conhecimento e experiência do que o contrário.
A relação entre um profissional que possui excelente nível técnico mas não se encaixa na cultura da empresa realmente tem os dias contados. Isso sinaliza que é hora de descartar os processos seletivos convencionais e apostar em opções mais efetivas.
E a sua empresa, como lida com o funcionário insatisfeito? Conhece alguma dica interessante que nós não mencionamos aqui? Então seja solidário — compartilhe essa solução com a gente nos comentários e participe da conversa!