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A nova equação do trabalho: por que atrair talentos exige mais do que vagas abertas 

por Marcelo Braga
A nova equação do trabalho: por que atrair talentos exige mais do que vagas abertas 

A relação entre empresas e profissionais mudou — e, na indústria, isso tem sido ainda mais evidente. Atrair talentos, especialmente entre as novas gerações, exige mais do que vagas abertas ou bons salários: tornou-se uma questão de cultura, propósito e reinvenção. 

O talento não é mais o mesmo — e o mercado também não 

Se antes contratar era uma equação simples de oferta e demanda, hoje o desafio é mais profundo. A nova geração — especialmente os nascidos a partir dos anos 2000 — chega ao mercado com valores diferentes: propósito, flexibilidade, impacto e autenticidade pesam mais do que estabilidade ou plano de carreira. 

Na indústria, essa mudança tem exigido ajustes reais. O que muitas empresas ainda enxergam como “falta de interesse” é, na verdade, desalinhamento. Os jovens querem aprender, crescer e pertencer — mas não dentro de estruturas rígidas que ignoram seu estilo de vida. Recrutar, nesse cenário, exige escuta, empatia e presença em canais e linguagens que façam sentido para esse público. 

Formar para empregar: qualificação como pilar 

Além de atrair, é preciso formar. A escassez de mão de obra qualificada segue como uma das dores mais agudas da indústria — e o setor têxtil sente isso de perto. Processos mais digitalizados, equipamentos sofisticados e metas cada vez mais exigentes pedem profissionais preparados, mas a formação técnica disponível nem sempre acompanha esse ritmo. 

A saída tem sido criar soluções dentro de casa: programas internos de capacitação, parcerias com escolas técnicas e investimentos na formação contínua. Empresas que encaram esse desafio conseguem não só montar equipes mais aderentes ao seu modelo produtivo, mas também engajar melhor seus times. 

E vale lembrar: qualificação, hoje, vai além da técnica. Envolve também habilidades comportamentais, colaboração, curiosidade e alinhamento com os valores da empresa. 

Os 3Ps do novo trabalho: Pessoas, Propósito e Performance 

No centro dessa nova equação estão os 3Ps: Pessoas, Propósito e Performance. 

Pessoas, porque o capital humano deixou de ser um recurso e passou a ser diferencial competitivo. Ambientes que valorizam a escuta, o bem-estar e a autenticidade são os que mais engajam — e, por consequência, os que mais retêm talentos. 

Propósito, porque o trabalho precisa fazer sentido. Empresas que comunicam com clareza seu impacto na sociedade, na comunidade ou no meio ambiente se conectam melhor com profissionais que desejam contribuir para algo maior do que apenas resultados. 

Performance, porque o resultado continua essencial — mas ele é impulsionado pela motivação. Quem entende o “porquê” do que faz entrega mais, e melhor. Quando cultura e estratégia se encontram, a produtividade deixa de ser uma cobrança para se tornar consequência. 

Iniciativas que somam: Chance como exemplo de colaboração setorial 

Diante desse cenário, surgem iniciativas que traduzem na prática os desafios e oportunidades da indústria. Um exemplo é a plataforma Chance, criada pela ABIT, Sinditêxtil-SP e a HRTech Reachr, com o objetivo de modernizar e facilitar o recrutamento no setor têxtil e de confecção

Mais do que um banco de currículos, a Chance reúne múltiplos canais de divulgação, triagem com inteligência artificial, avaliações técnicas e ferramentas de comunicação com candidatos — sempre com foco na agilidade e aderência à realidade do setor. 

“Criamos a Chance pensando em uma solução que conversasse com as necessidades reais das empresas do nosso setor. Sabemos que o desafio da contratação é coletivo”, afirma Marcelo Braga, fundador da Reachr. 

Conclusão: a escassez é de conexão, não apenas de candidatos 

O futuro do trabalho não será moldado apenas por tecnologia ou processos, mas pela capacidade das empresas de criar vínculos reais com quem está do outro lado da vaga. Não se trata apenas de contratar, mas de construir relações significativas desde o primeiro contato. 

Na indústria, onde o recrutamento ainda carrega traços do modelo tradicional, essa mudança pede ousadia e abertura. Ouvir mais, adaptar mais, investir mais em cultura e propósito não é apenas uma tendência — é uma condição para atrair, formar e reter os talentos que farão a diferença nos próximos anos. 

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