Desde a década de 2010 vinha se debatendo no meio corporativo medidas de se diminuir o absenteísmo – termo dado às ausências dos colaboradores no meio empresarial, sejam elas em dias ou horas. Uma dessas medidas era a aplicação de um modelo de trabalho remoto, ou seja, trabalhar de casa, para aqueles que tivessem condição.
Mas, à época, muitos gestores questionaram a forma de controle de ponto, temendo pela queda na produtividade e também na perda do controle sobre a supervisão. Afinal, o funcionário estava na casa dele e poderia fazer o que bem entendesse durante o trabalho.
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Só que em 2020 a pandemia de Covid-19 mudou todo esse cenário, favorecendo de vez a adoção pelo trabalho remoto. Afinal, entre as medidas sanitárias mais eficazes estava o isolamento social, ou seja, ficar em casa.
Desse momento em diante, as empresas puderam perceber, na prática, como funcionaria esse modelo de trabalho e, consequentemente, entenderam como se comportam os índices de absenteísmo e turnover com o colaborador executando suas atividades longe dos olhos do empregador.
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O que é absenteísmo?
Absenteísmo é um indicador próprio do setor de Recursos Humanos que calcula a soma das ausências dos funcionários, sejam em dias ou horas. Em baixo grau, não há qualquer problema nisso; mas se o índice é alto, é sinal de que algo não vai bem e a empresa precisa investigar.
Geralmente a porcentagem aceitável para este indicador fica entre 4% e 5%. Acima disso, pode representar dificuldades de ordem pessoal, de cada colaborador, ou de ordem geral, relacionadas ao ambiente de trabalho.
Alguns exemplos:
- Saúde: é perfeitamente normal e compreensível a ausência do colaborador para ir ao médico ou levar o filho ao pediatra; mas a frequência alta pode indicar um problema sério de saúde (que a empresa deve respaldar) ou mesmo alguma doença funcional, causada pelo trabalho, como o estresse ou a L.E.R. (Lesão por Esforço Repetitivo).
- Deslocamento: também de ordem pessoal, muitos colaboradores no Brasil enfrentam problemas no deslocamento de casa até o trabalho, especialmente em cidades mal planejadas e com alta densidade demográfica; a viagem longa, o tempo perdido e os atrasos de qualquer imprevisto no caminho são causas muito comuns para o absenteísmo.
- Clima organizacional: Frequentes ausências dos funcionários podem indicar também um desalinhamento entre as equipes, pouca motivação, engajamento baixo ou mesmo gestores mal preparados conduzindo processos importantes.
- Pressão por produtividade: o excesso de cobranças, clima tenso, prazos curtos e altas demandas geram uma enorme pressão que pode se manifestar fisicamente nas pessoas. Não à toa tem sido recorrente o aumento do número de casos de Burnout nas empresas.
Qual é o impacto do absenteísmo nas empresas?
As altas taxas de absenteísmo são vistas com preocupação pelas empresas não apenas por indicarem problemas pessoais ou estruturais, mas porque, no fim, isso se resume a queda na produtividade.
Tal indicador ainda pode ser o estopim para uma avalanche: muitas faltas revelam problemas no clima organizacional, que revelam problemas com as equipes, que podem demonstrar a falta de habilidades para a gestão e as lideranças, que culminam em aumento do turnover e em queima desnecessária de recursos e energia.
Por isso, muitas empresas levam a sério o absenteísmo e tem adotado diversas medidas para combate-lo, mas a principal delas caiu como uma luva para empregados e empregadores: o trabalho remoto / híbrido.
O trabalho remoto ou híbrido aumentou o absenteísmo?
Ao contrário do que pensava a maioria dos gestores, o absenteísmo na pandemia diminuiu, se considerarmos apenas os trabalhadores que tiveram a oportunidade de adotar o regime remoto de trabalho.
Isso porque trabalhar de casa significa não precisar se deslocar e enfrentar os problemas que citamos logo acima. E esse tempo economizado com o deslocamento pode se traduzir em maior qualidade de vida, pois o colaborador pode utilizá-lo para ir ao médico, fazer exercícios físicos ou cozinhar alimentos mais saudáveis.
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Além disso, quando a empresa foca na produtividade, na realização das atividades diárias, e não na quantidade de horas trabalhadas, o absenteísmo cai, pois o funcionário consegue flexibilizar seus horários de trabalho e dar maior atenção à família, ou mesmo criar um hobbie – tão importantes para a manutenção da saúde mental.
Isso tudo gera uma maior satisfação com sua função e com a própria empresa, contribuindo para a diminuição no nível de absenteísmo e de turnover. Isso se traduz, é claro, em economia de recursos, tempo e dinheiro para o empregador.
Quais são os indicadores de empresas que adotaram o trabalho remoto/híbrido?
Como pudemos ver, a adoção ao trabalho remoto ou híbrido que foi preconizado pela pandemia de Covid-19 trouxe benefícios ao trabalhador e principalmente à empresa.
A redução da supervisão presencial, a maior dedicação do profissional e a inclusão social plena demonstraram que foram fatores decisivos para o aumento da produtividade.
Junto disso, a queda nos índices de absenteísmo e turnover indicaram uma maior retenção de talentos – fator muito valorizado para a empresa que deseja crescer e consolidar-se no mercado.
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