Lidar com o conflito de gerações pode ser algo desafiador para as equipes de RH.
Isso visto que, hoje, têm-se profissionais de cinco gerações, com perfis comportamentais desiguais compartilhando o mesmo ambiente.
Baby Boomers, Geração X, Millenials e Geração Z, cada geração com suas particularidades e diferenças.
Afinal, estamos falando de indivíduos que nasceram em épocas diferentes e que por isso, têm opiniões e visões de mundo distintas.
Sendo assim, o encontro desses profissionais gera embates e discordâncias – algo que pode afetar a produtividade dos times.
Então, como promover um ambiente corporativo diverso, harmônico e, ao mesmo tempo, produtivo?
O fato é que as diferenças geracionais precisam ser compreendidas para que as empresas consigam funcionar bem com colaboradores de todas as idades.
Portanto, é necessário desenvolver meios para gerir esses conflitos, garantindo melhores resultados para a organização da qual você faz parte.
Para saber como lidar e amenizar esse problema, tirando vantagens dele, basta continuar a leitura deste conteúdo.
Quais são as gerações e como elas se relacionam com o mercado de trabalho?
A princípio, o conflito de gerações no trabalho está associado às divergências entre as formas mais tradicionais e novas de se trabalhar.
Isso ocorre não só pela variação de faixas etárias, mas também pela diversidade dos perfis profissionais com características culturais e socioeconômicas bastante diferentes.
Além de considerar a crescente no número de profissionais idosos ativos, é preciso incluir nessa conta o uso das novas tecnologias.
Afinal, o conflito geracional também é marcado pelo avanço tecnológico e pelos novos formatos de trabalho que surgem com essa evolução.
Enquanto os profissionais mais velhos tendem a manter a mesma forma de trabalhar, as gerações mais novas chegam às organizações mais conectadas e preparadas para lidar com os desafios impostos pelas mudanças tecnológicas.
É por essas e por outras razoes que as gerações se relacionam de maneira muito diferente com o trabalho.
A seguir, conheça as gerações que compõem o mercado de trabalho atual:
Veteranos
Essa é uma geração formada por pessoas que nascidas entre 1925 e 1944, viveram na época da 2ª Guerra Mundial.
Em geral, os indivíduos dessa geração possuem uma personalidade mais rígida, pois enfrentaram diversas crises econômicas e sociais.
Além de terem facilidade para seguirem regras, eles valorizam a moral, a família, o trabalho e a estabilidade.
E por falar em estabilidade, as pessoas dessa geração costumam ser fiéis a uma mesma empresa.
Além disso, a maior parte dos veteranos já se aposentou, mas permanece trabalhando e preferem chefias mais rigorosas.
Baby Boomers
Já os Baby Boomers correspondem aos profissionais que nasceram entre 1940 (época da Segunda Guerra Mundial) e 1960.
O comportamento dos jovens da época sofreu forte influência de veículos de comunicação de massa, como a TV.
A geração foi marcada por ideais de liberdade, o feminismo, os movimentos a favor dos negros e homossexuais.
Os funcionários pertencentes a essa geração são mais conservadores e buscam estabilidade no emprego, além de um bom plano de carreira.
Apesar de terem alguma dificuldade de adaptação às novas tecnologias, eles possuem a experiência a seu favor.
Além disso, estão acostumados a uma liderança de comando e controle de atividades.
Geração X
A geração X é formada por pessoas nascidas entre 1961 e 1980.
Ou seja, são aqueles colaboradores que nasceram no início da revolução tecnológica.
As pessoas que fazem parte dessa geração cresceram num período turbulento e incerto, contudo, encontraram um cenário mais favorável ao entrarem no mercado de trabalho.
Apesar de quererem um emprego estável, eles se adaptam com mais facilidade a mudanças e novos modelos de trabalho.
Estamos falando de profissionais ativos, dinâmicos, comprometidos com a carreira, mas que têm um senso de independência e pensam em empreender.
Para eles, as hierarquias devem ser menos rígidas, mas ainda importam.
Sabe qual é o maior desafio dos profissionais da geração X?
Lidar com a tecnologia e responder rapidamente às mudanças e transformações.
Para isso, eles precisam de treinamentos constantes para utilizar essas ferramentas.
Geração Y ou Millenials
A geração Y ou millenials abrange indivíduos que nasceram entre 1981 e 2000.
Fortemente marcada pela revolução tecnológica, os colaboradores dessa geração não precisam de treinamento para usar a tecnologia em sua rotina de trabalho.
Afinal, ela já faz parte da vida dessas pessoas, que não costumam gostar de formalidade.
Logo, eles tendem a não engajar com lideranças muito rígidas.
Além disso, profissionais da geração Y acreditam que a empresa deve se adaptar às necessidades deles e não o contrário.
Leia também: Veja como lidar com os Millenials
Geração Z
A geração Z é a mais nova no mercado de trabalho.
Ela é composta por pessoas nascidas a partir de 2001.
Assim com a geração Y, os indivíduos da geração Z também são naturalmente ligados à tecnologia.
Contudo, estão mais conectados ao universo virtual e usam a internet para praticamente tudo.
Por isso, o trabalho remoto ou virtual não é um problema para eles.
Os profissionais da geração Z não se apegam muito a ideia de construir uma carreira sólida em uma única empresa como os Baby Boomers.
Ao invés disso, eles dão prioridade a uma boa experiência e agarrar novos desafios.
Ou seja, se tiver uma oportunidade melhor, eles não pensam duas vezes antes de mudarem de emprego.
Logo, essa geração é um desafio para a gestão de RH, pois é muito mais difícil reter esses talentos.
Além disso, preferem ambientes de trabalhos horizontalmente hierárquicos, motivadores e participativos.
Quais os fatores causadores do conflito de gerações?
Como dissemos anteriormente, o conflito de gerações não ocorre apenas devido à diferença de idade, mas também por causa de outros fatores, como:
- Modo de aprendizado
Cada geração tem uma maneira de aprender e um tempo de resposta diferente para assimilar as informações recebidas.
Em um treinamento, por exemplo, algumas pessoas aprendem de maneira linear, enquanto outras se saem melhor com métodos de aprendizagem ativa.
Os Baby Boomers têm mais facilidade com didáticas convencionais.
Por outro lado, essa abordagem já não é eficaz para a geração Y.
Portanto, promover um ambiente de desenvolvimento e aprendizado para funcionários de diferentes gerações não é mesmo uma tarefa fácil para a área de Recursos Humanos.
- Modelo de trabalho
Outro fator que contribui para o conflito de gerações é a adesão às modalidades de trabalho.
Por exemplo, a gerações mais antigas fazem questão de cumprir os horários de trabalho, já que para elas isso é algo básico.
Além disso, os trabalhadores mais antigos preferem realizar seu trabalho no escritório.
No entanto, as gerações mais recentes não veem da mesma forma.
Além de preferirem uma carga de trabalho mais flexível, os profissionais mais novos não veem dificuldade em trabalhar remotamente.
- Meios de comunicação
O conflito entre as gerações também é impulsionado pelas transformações ocorridas na comunicação.
As gerações mais antigas estão mais familiarizadas com as reuniões presenciais.
Já as mais atuais preferem se comunicar por meios digitais, uma vez que são indivíduos conectados.
De que forma o RH pode solucionar o conflito de gerações?
O conflito de gerações é um problema que impacta negativamente o clima organizacional, prejudicando a produtividade das equipes.
E para solucioná-lo, o RH precisa compreender as necessidades de cada geração, atuando de maneira estratégica.
Nesse sentido, veja o que o departamento de RH pode fazer:
Conscientizar e promover a diversidade na empresa
A diversidade no ambiente corporativo é um tema bastante discutido, já que se trata de um aspecto crucial para a promoção da criatividade e inovação nas empresas.
Por isso, o RH deve priorizar políticas de diversidade e inclusão, a fim de superar o etarismo e os estereótipos que cercam determinadas gerações.
Colocar a diversidade em prática significa ter equipes formadas por pessoas de diferentes etnias, gêneros, formações, visões e idades.
Logo, para promover a diversidade geracional, a gestão de RH deve conscientizar todos os colaboradores da empresa, inclusive as lideranças sobre a importância do respeito às diferenças para o bom desempenho e boa convivência no trabalho.
Conheça as necessidades e motivações das diferentes gerações
Além disso, é importante entender quais são os fatores motivadores para as gerações.
Em outras palavras, quais são os pontos mais importantes para cada grupo no ambiente de trabalho? Bonificações, estabilidade, flexibilidade?
Ao entender essas necessidades, fica mais fácil desenhar estratégias para incentivar todos os profissionais.
Ofereça diversas formas de comunicação
Para tornar a comunicação mais eficiente e evitar o conflito de gerações nesse âmbito, vale pensar em diversificar a comunicação na empresa.
Assim, ninguém se sentirá excluído.
Além disso, outra tática que ajuda a incentivar a troca entre as diferentes gerações é estimular a comunicação no trabalho.
Desse modo, os colaboradores passam a ter mais empatia em relação ao outro e a compreender as diferenças entre eles.
Fortaleça a cultura organizacional
As políticas internas, missões e valores da empresa também são essenciais para a gestão do conflito de gerações.
Lembrando que elas devem ser definidas ainda nos processos de recrutamento e seleção.
Desse modo, os candidatos e colaboradores recém-contratados irão entender que a empresa tem uma visão voltada para a diversidade geracional de talentos.
É muito importante reforçar a cultura organizacional de forma clara e transparente para todos os colaboradores, que deverão seguir essas diretrizes na empresa
Elabore planos de carreira para resolver o conflito de gerações
É fundamental estabelecer planos de carreira que sejam adequados para as diferentes gerações.
Assim, tanto os colaboradores de gerações mais velhas, como os mais jovens, poderão conviver e trabalhar em harmonia.
Além disso, essa é uma estratégia que garante que todos estejam em conformidade com as políticas organizacionais da empresa.
O aspecto positivo do conflito de gerações
Talvez você não imagine, mas o conflito de gerações no ambiente de trabalho também pode trazer alguns benefícios.
Um dos principais é a melhoria dos processos organizacionais, que acontece a partir das diferentes visões que surgem sobre um mesmo problema.
Ou seja, os debates entre as gerações podem gerar soluções inovadoras.
Além disso, a troca de aprendizado entre as gerações também faz aumentar a colaboração entre os times.
No entanto, para conseguir aproveitar essas vantagens, o RH precisa fazer uma boa gestão de conflitos e ajustar as diretrizes para que todos os colaboradores busquem alcançar os objetivos da organização de maneira integrada e sinérgica.