Diante da vontade de empreender, o jovem brasileiro pode se perguntar: como abrir uma startup? Esse tipo de empreendimento é caracterizado pelo modelo de negócio repetível e escalável, mesmo diante de um cenário repleto de incertezas.
No Brasil, as startups se encontram em franca expansão e consolidam uma nova geração de empreendedores. Estima-se 6 mil startups formalizadas em todo o país. Somando-se as que estão na fase de ideia, esse número pode alcançar 15 mil. São dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Entre as startups que participam do programa Inovativa Brasil, que pertence ao governo federal e promove ações de assistência e capacitação, 30% delas fecharam as portas no último ano. Dificuldade de acesso ao capital, obstáculos para entrar no mercado e divergência entre os sócios estão entre os principais motivos.
Na outra ponta, estão os unicórnios: startups que valem mais de 1 bilhão de dólares — um verdadeiro sonho para qualquer empreendedor. O Brasil, até o momento, tem três: NuBank, 99 e PagSeguro. Outras startups estão ganhando corpo e contam com capacidade de entrar nessa lista.
Ficou inspirado? Continue a leitura e conheça 6 dicas de como abrir uma startup.
1. Busque constantemente informações
Engana-se quem considera a formalização o primeiro passo para a abertura de uma startup. Para começar um negócio, você não depende apenas da assinatura do contrato social. Isso demanda planejamento, tempo, organização e estudo.
O conceito de startup revela essa necessidade, pois traz a palavra “inovação” para o centro de tudo. A partir de uma ideia, é possível gerar um novo modelo de negócio. Se ele apresentar potencial de crescimento, ou seja, ser escalável, pode se converter em um verdadeiro sucesso.
Comece pela elaboração de um plano de negócios, um documento que permite esboçar o modelo de operação que você deseja. Por meio de ferramentas de planejamento estratégico, é possível verificar se existe ou não viabilidade para transformar a ideia em algo prático.
Esse é um exercício que deve ser praticado constantemente, pois o mercado se encontra em plena mudança e alguns conceitos passam a ser reformulados. Além disso, os consumidores apresentam constantemente novos problemas que exigem novas soluções.
2. Valide a sua ideia
Não é fácil validar uma ideia de startup, pois é baixa a quantidade de pessoas que dominam pesquisas e informações que pertencem a esse universo. Isso pode acabar levando o seu negócio para a validação com base em achismos, ao contrário de um método objetivo que transformaria a sua ideia em realidade.
Quando você não valida a sua ideia, começa da forma errada e fica a mercê de construir uma startup com uma fraca estrutura de negócios. Por isso, uma das formas que pode ser usada no processo de validação é o conceito job-to-be-done. Para entendê-lo, vamos imaginar um produto simples: uma caneta.
A caneta realiza a tarefa de escrever, e esse é o maior motivo para sua existência. Independentemente do usuário, a maioria de nós precisa desse produto para assinar um documento ou fazer uma anotação. A cor da tinta da caneta pode influenciar na decisão de quem vai usar, aumentando ou diminuindo a quantidade de usuários.
Perceba que o produto citado é simples e muito comum, algo que pode ser consumido por uma grande parcela da população. Mas e o seu diferencial competitivo? Em que momento ele se destaca frente aos concorrentes? São nesses detalhes que a ideia será ou não validada.
3. Verifique se há mercado para sua ideia
O próximo passo na jornada de abertura da sua startup envolve verificar se ela possui um mercado. Apostar em um nicho pode ser o melhor caminho para o sucesso, e esteja certo de que isso não significa pensar pequeno.
O nascimento de qualquer empresa pode ser a resposta a uma dor, problema ou demanda específica dos consumidores. No entanto, não são todas as ideias que impactam a maioria da população. Sendo assim, é viável iniciar com um mercado mais recortado, tornando simples e funcional o mínimo produto viável.
Esse conceito revela a versão mais simples do seu produto, com as mínimas características necessárias para que ele seja inserido no mercado. A partir dessas informações, é possível identificar o espaço que a sua ideia tem entre os consumidores — dimensionando sua chance de alcançar o sucesso.
4. Informe-se sobre os valores
Abrir uma startup envolve dinheiro. Quando a vontade de fazer é demais, muitas vezes falta ao empreendedor recursos financeiros que viabilizam a ideia. No entanto, existe a possibilidade de captar uma boa quantia para esse fim.
O cenário econômico pode ser hostil, principalmente quando a busca por financiamento começa pela mesa do gerente de um banco. As altas taxas de juros e as barreiras burocráticas intimidam quem deseja algo prático. Contudo, existem alternativas. É o caso do investidor-anjo e dos programas de aceleração.
O investidor-anjo é um profissional experiente que deseja obter ganhos por meio de investimentos de longo prazo. Para tal, ele investe em empresas que estão começando e se apresentam com perfis inovadores, que projetam um elevado retorno.
Já os programas de aceleração, como o Inovativa Brasil, oferece cursos de capacitação on-line nas áreas de empreendedorismo inovador, mentorias individuais com investidores e executivos experientes, além de conexão com potenciais investidores, clientes e parceiros.
5. Formalize sua startup
A sua startup pode não vender ou atender clientes, o que não gera a necessidade de suporte ou estrutura física. No entanto, quando isso já ocorre ou outras pessoas participam do projeto, é importante haver a formalização do negócio.
Além do CNPJ, você usa esse documento para definir as responsabilidades e os percentuais que cada um tem. Um advogado pode ajudá-lo nesse processo.
6. Conte com o apoio de outros estudantes
Sua universidade é o ambiente ideal para obter o apoio necessário para o nascimento e consolidação da sua startup. Assim como você, muitos estudantes estão buscando um lugar ao sol e desejam contribuir com o mercado de uma maneira mais efetiva.
Trabalhar em uma startup requer flexibilidade, disposição e bastante dedicação. Essa é uma excelente maneira de entrar no mercado de trabalho e aprender, de forma prática, como funciona uma empresa. Além disso, essa oportunidade funciona como uma grande chance para iniciar uma carreira.
Em uma startup, tudo o que é feito faz a diferença. Não existe aquela estrutura burocrática das grandes empresas ou profissionais que se dedicam a fazer apenas uma tarefa. Todo mundo contribui, e isso traz ao clima organizacional um efeito de colaboração, no qual todos importam.
Como o dia a dia molda a cultura da empresa, é possível transformar esse ambiente em um local prazeroso onde sejam desenvolvidas grandes ideias. Nele, as pessoas podem ser ensinadas a aprender e a ter responsabilidades.
Agora que você tem à disposição 5 grandes dicas de como abrir uma startup, já pode começar a se organizar para buscar mais informações, validar as suas ideias e seguir com o desejo de fazer a diferença no mercado.
Em um dado momento, o negócio crescerá, e sua startup necessitará de contratações estratégicas. Nesse ponto, a área de Recursos Humanos já será uma realidade na sua empresa e poderá ajudá-lo a fazer as melhores escolhas. Por isso, sugerimos uma nova leitura sobre como o RH pode acertar nas contratações para startups.