Especialistas afirmam que estamos imersos em uma das principais transformações econômicas e estruturais dos últimos séculos, a chamada revolução 4.0. Por meio dos avanços tecnológicos, os mundos físico, digital e biológico encontram-se cada vez mais integrados entre si. A transformação digital, ideia que antes mais parecia enredo de filme de ficção científica, finalmente transportou-se para o nosso tempo e tem chegado rapidamente às empresas de todos os ramos e portes, incentivando a utilização da tecnologia para otimizar processos e acelerar resultados.
Contudo, a grande transformação digital não passa somente pelos avanços de máquinas, automação de processos, desenvolvimento de softwares e aplicativos, mas principalmente por uma mudança cultural e de comportamento humano. Por esse motivo, para que seja efetiva precisa ser orientada por um propósito e construída de maneira estruturada. Afinal, a transformação digital não é exclusividade de empresas do ramo de tecnologia, mas pode ser utilizada em todas as áreas para aprimorar os processos internos, trazendo eficiência e resultados mais promissores.
2020: o ano da transformação digital nas empresas
As previsões eram de que o ano de 2020 já seria sui generis para os avanços da transformação digital nas organizações, isso porque, nesta data, cerca de 40% do mercado consumidor seria formado por pessoas da geração Z – nascidas a partir de 1995 – ou seja, em um mundo digital. Com um maior número de consumidores naturalmente conectados, o cenário seria propenso às mudanças. Mas a expectativa foi muito além com o advento da pandemia de Covid-19, que forçou a adoção de ferramentas digitais por inúmeras organizações em todo o mundo.
Para um dos mais respeitados especialistas em estratégia digital da atualidade, o autor David L. Rogers, dentro do universo coorporativo essa transformação é impulsionada por cinco elementos-chave que precisam ser considerados pelas empresas. São eles: comportamento dos clientes, concorrência, acesso a dados, inovação e valor. De forma resumida cada um desses elementos tem um impacto na velocidade das mudanças:
Comportamento do Cliente:
O cliente atual, por exemplo, tem tido um papel cada vez mais interativo com as marcas, influenciando a decisão de compra de outras pessoas e opinando sobre o papel social das organizações. Nesse sentido, o uso da tecnologia para tornar sua experiência cada vez melhor, passou a ser algo fundamental para o sucesso das empresas.
Concorrência:
Com o fim das barreiras físicas para a grande maioria dos negócios, a concorrência que antes estava na mesma cidade, ou no mesmo estado, tornou-se infinitamente maior. Para competir em um mercado tão vasto, a automação de processos passou a ser essencial.
Acesso a Dados:
Atualmente, as empresas produzem e acessam uma infinidade de dados. Para fazer a diferença nos resultados dos negócios é preciso gerir e analisar essas informações de forma correta, o que pode ser facilitado por ferramentas de Big Data, capazes de orientar tomadas de decisões mais assertivas.
Inovação:
O grande ganho que os avanços tecnológicos trouxeram foi a capacidade de se retroalimentar, ou seja, ferramentas digitais baratearam os custos de testes e criações de novos produtos, que podem ser produzidos de forma cada vez mais ágil.
Valor:
No contexto atual, diante da dinâmica do mercado, tem mais êxito as empresas que conseguem agregar valor aos produtos ou serviços ofertados aos consumidores, cada vez mais exigentes e com uma enorme gama de opções. Nesse cenário, a capacidade de se adaptar às mudanças é crucial.
Por que a transformação digital é boa para a estratégia da empresa?
Algumas organizações utilizam tudo o que a tecnologia oferece para alcançar melhores resultados, sejam os Big Datas e Business Intelligence para direcionar as decisões mais relevantes; seja a inteligência artificial, dotada de Machine Learning, capaz de aprender para tornar-se cada vez mais eficiente; ou a automação de processos diversos, que poupa tempo e elimina possíveis erros humanos. Entretanto, nem todos os negócios vão precisar lançar mão de tudo o que o mercado disponibiliza para realizar a sua transformação digital.
Algumas mudanças simples poderão gerar resultados extremamente eficientes, além do mais, trata-se de um processo contínuo, uma vez que os avanços tecnológicos são altamente dinâmicos.
A questão central é que a transformação digital é algo extremamente estratégico, ela faz com que a organização concentre esforços em sua atividade fim, fazendo melhor e com mais eficiência. A automação de processos, por exemplo, permite que profissionais estejam liberados de atividades mecânicas e repetitivas e possam se dedicar a ações criativas e em solucionar questões mais relevantes para a empresa.
O RH nesse novo contexto:
A transformação digital é algo continuado e faz parte de um redesenho estrutural dentro da organização, uma vez que a tecnologia assume um papel de destaque diante dos fluxos e processos de trabalho. Ela precisa estar extremamente alinhada ao RH, afinal esse será o setor que dará o tom aos colaboradores sobre o funcionamento da empresa, desde o processo de recrutamento e seleção, até o cotidiano organizacional. Sendo assim, o uso de plataformas digitais para admitir novos colaboradores, pode ser a porta de entrada desse processo, que também passa pela implementação de softwares específicos para gestão de pessoas, treinamentos e aprimoramento de equipes, dentre outros.
O ganho primordial trazido pela tecnologia no RH está relacionado ao aprimoramento de processos, a desburocratização e a agilidade. Ela oportuniza a diminuição de tarefas repetitivas, auxilia na melhor conexão entre o setor e as demais áreas da empresa e melhora a eficiência, impactando na melhoria da gestão de pessoas e no maior controle sobre a jornada dos colaboradores. Tudo isso, por sua vez resulta no aumento da produtividade e da qualidade das relações no ambiente de trabalho.
Para o uso adequado dessas infinitas possibilidades trazidas pela tecnologia o RH precisa medir e monitorar seu clima organizacional, buscando feedbacks dos profissionais sobre satisfação e sobre a adaptabilidade quanto às inovações propostas pela empresa.
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