Home Dicas Empresarial Ano de Olimpíada: que lições ela nos ensinou?

Ano de Olimpíada: que lições ela nos ensinou?

por Marcelo Braga

Os Jogos Olímpicos Rio 2016 chegaram ao fim e um grupo seleto de atletas escreveu seu nome na história do esporte. O que nem sempre quem assistiu pela televisão ou ao vivo levou em conta é que o processo de preparação para chegar a uma Olimpíada é algo que vem de anos, ainda que para alguns somente ganhar o ouro tenha méritos.

Existem índices a serem cumpridos, classificações a serem atingidas e muitos excelentes atletas e profissionais não conseguiram chegar ao Rio de Janeiro. Estar lá já seria por si só uma enorme conquista. A maioria deles já atingiu seus sonhos em fazer parte de um evento como este. Claro que muitos desejavam o lugar mais alto, mas, mais importante que este posto, é ter obtido suas metas individuais, ter se superado, ter tido anos de preparo e ver seus objetivos se aproximando. Aqueles que atingiram estas metas já saíram altamente realizados, com ou sem medalha no peito. Os que eventualmente não atingiram, devem identificar os pontos a melhorar para se preparar melhor e voltar mais fortes em outros momentos.

No mundo corporativo é muito similar. O sucesso é relativo. Para muitos, somente quem está na maior empresa do mundo, do setor, do País, com o maior market share é quem tem mérito. Mas não é necessário ter a ideia mais inovadora, mais brilhante para atingir o sucesso. A conquista está em pequenos avanços. Está baseado em ter se aproximado da meta ou não. O importante é avançar sempre, alinhando ações e objetivos.

Os exemplos de dedicação, superação, garra e força de vontade para enfrentar as dificuldades que vemos nos atletas fazem brilhar os olhos de qualquer gestor e/ou empreendedor. Estes comportamentos deveriam servir de exemplo a todos os profissionais.

O mesmo podemos dizer da troca de experiências. Há casos de atletas de uma mesma modalidade, mas de países diferentes, que treinam juntos. Isso mostra que apesar da alta competitividade, há espaços para troca, tanto entre atletas quanto entre profissionais. Para estes, os espaços são mais limitados, pois há muita informação confidencial no mundo dos negócios, porém eventos, seminários, cursos de especialização e cases são situações onde profissionais de empresas concorrentes interagem com o maior respeito. Outro traço do esporte que faz muito bem ao mundo corporativo é a compaixão.

Quem não lembra das corredoras que se chocaram numa prova de atletismo da Olimpíada e depois, machucadas, se ajudaram a cruzar a linha de chegada? Assim acontece muitas vezes no dia a dia, em que é preciso apoiar e ser apoiado por um colega para atingir um objetivo. O atleta de alto nível é uma soma de vários fatores como habilidade, treino e determinação. O resultado positivo ou negativo depende de fatores externos, assim como emocionais. Estas características são altamente aplicadas no mundo profissional também.

A motivação, aliás, é uma força que vem de dentro da pessoa. Muitas vezes eles não sabem de onde vem, por qual motivo vem, mas seguem ouvindo a voz interna de que precisa ir além, persistir, fazer algo nunca antes feito. Há exemplos de atitudes assim na humanidade nas mais diversas áreas, independentemente do nível social, idade, sexo ou profissão. Para concluir, há um fator que eu julgo determinante para o sucesso de um atleta e de um profissional: o feedback. Parafraseando o ditado, atrás de um atleta de sucesso sempre tem um treinador idem. E no mundo corporativo é muito comum vermos chefes inspiradores tirarem o máximo de suas equipes. No entanto, além de buscar o feedback, também é preciso saber interpretá-lo. Feedbacks são dados o tempo todo: há os altamente contributivos, os repetitivos, e outros que não fazem qualquer sentido. Saber depurar os feedbacks é muito importante.

Existem ainda os feedbacks em que a pessoa quis dizer uma coisa e acabou dizendo outra. Por isso é essencial ir a fundo para avaliar se realmente a mensagem foi passada corretamente. E não esqueça de que feedback a gente escuta, interpreta e agradece. Seja ele construtivo ou nem tanto. O sucesso na carreira, assim como no esporte, deve ser construído dia após dia, com vitórias e derrotas. Com todos esses exemplos, quem não gostaria de ter um “atleta” na sua equipe?

 

Marcelo Braga é headhunter e Diretor executivo da REACHR

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