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Trabalho remoto pós-pandemia: mudanças e desafios

por Marcelo Braga
trabalho remoto pós pandemia

O trabalho remoto pós-pandemia já é uma realidade que veio para ficar.

Mesmo com a retomada das atividades presenciais, muitas empresas e profissionais optaram por dar continuidade ao teletrabalho.  

Afinal, este formato traz diversas vantagens, tanto para a organização como para o colaborador.

Nesse contexto, houve a necessidade de uma regulamentação mais específica sobre o tema. 

Assim, foi publicada a Medida Provisória 1.108/2022, trazendo novas regras para essa modalidade de trabalho que ainda é um desafio. 

De que forma o RH das empresas vai conduzir esse assunto daqui em diante?

Como será o comportamento do colaborador?

Para saber quais as mudanças e tendências do trabalho remoto pós-pandemia, acompanhe nosso conteúdo!

Como será o trabalho remoto pós-pandemia?

Para adaptar a legislação às necessidades do trabalho em home office,  a MP 1.108/2022, estabeleceu algumas regras relacionadas ao modelo de trabalho, como:

Regime híbrido

Uma das mudanças do trabalho remoto pós-pandemia é a alteração na definição de teletrabalho.

Agora, a presença do trabalhador no local de trabalho para realizar tarefas específicas não descaracteriza o trabalho remoto, caso esse tenha sido o regime adotado em contrato.

O teletrabalho já era previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 2017.

Porém, não era permitido associar os dois regimes de trabalho: remoto e presencial.

Além disso, o home office agora também pode ser adotado por estagiários e aprendizes, desde que esse modelo conste em contrato.

A MP ainda estabelece que as empresas devem dar prioridade para conceder o trabalho remoto para empregados que tenham alguma deficiência, bem como filhos ou crianças sob guarda judicial de até quatro anos de idade.

Contratação por produção no trabalho remoto pós-pandemia

Outra novidade do trabalho remoto pós-pandemia é a possibilidade de o trabalhador ser contratado por produção.

 Nesse caso, não há controle sobre o tempo da jornada de trabalho, pois, a duração não é fixa.

Ou seja, o trabalhador pode realizar as tarefas a hora que desejar.

Dessa forma, o controle do serviço é feito pela entrega dessas demandas.

Auxílio-alimentação

O texto da MP também passa a exigir que os recursos destinados ao vale-alimentação sejam utilizados exclusivamente para o pagamento de refeições em restaurantes ou para a compra de alimentos em estabelecimentos comerciais.

Em outras palavras, quem recebe o benefício não poderá utilizá-lo para nenhum outro fim.

Além disso, a MP também proíbe a aplicação de descontos na contratação de empresas fornecedoras do auxílio-alimentação.

Isso porque a cobrança de taxas negativas ou descontos fazia com que as fornecedoras do auxílio cobrassem taxas elevadas dos estabelecimentos credenciados – que repassava parte do valor ao trabalhador. 

Vale ressaltar que as empresas que descumprirem as normas terão que pagar  multas que variam de R$ 5.000 a R$ 50 mil.

Outras medidas da MP para o trabalho remoto pós-pandemia

A MP também estabelece que:

  • Os empregados em trabalho remoto devem seguir as disposições legais referentes à base territorial do estabelecimento de lotação previsto em contrato, mesmo que ele se mude para outro estado;
  • Apesar de não morar no Brasil, o empregado deverá seguir o que diz a legislação brasileira sobre o tema.
  • Em caso de retorno ao trabalho presencial, o empregador não é responsável por arcar com as despesas caso o empregado opte por realizar o teletrabalho fora da localidade prevista no contrato – a menos que haja um acordo determinando essa ajuda.

Quais os benefícios do trabalho remoto?

Inegavelmente, o trabalho remoto vem sendo cada vez mais adotado pelas empresas. 

Mas quais são as vantagens de implementar o home office?

Bem, esse formato de trabalho traz diversos benefícios para as organizações.

Entre os principais podemos mencionar:

Diversidade de talentos

Geralmente, devido à limitação geográfica, o departamento de Recursos Humanos não tem acesso a todos os tipos de talentos. 

Mas o trabalho remoto permite que você conheça profissionais de vários lugares diferentes, aumentando as chances de encontrar o perfil que você está buscando.

Economia de gastos operacionais

Em geral, os custos associados à manutenção das operações em um escritório representam boa parte das despesas recorrentes na empresa.

Por outro lado, o trabalho remoto pós-pandemia gera uma economia considerável, pois, uma vez que não é mais necessário investir em espaço físico e infraestrutura para as equipes. 

Times mais produtivos

O trabalho remoto pós-pandemia ainda contribui para aumentar a produtividade dos colaboradores.

Afinal, deixando de perder tanto tempo no trânsito, eles terão mais qualidade de vida, o que reflete no seu desempenho profissional.  

As tendências para o futuro do trabalho remoto pós-pandemia

De antemão, o futuro do trabalho remoto vai depender da maneira como as empresas irão atuar após a pandemia. 

De todo modo, podemos mencionar algumas projeções para o trabalho em home office como,  por exemplo:

Flexibilização por parte das empresas e dos funcionários

Conforme vimos, a pandemia obrigou a lei trabalhista, as empresas e os colaboradores a serem mais flexíveis para manterem a saúde e segurança no ambiente de trabalho.

 Nesse sentido, as empresas deverão continuar flexíveis no futuro – o que trará ganhos para ambos os lados. 

Afinal, essa flexibilidade implica na liberdade do profissional em escolher junto à empresa, quando, onde e de que forma irá trabalhar para entregar os resultados esperados.

Preocupação com a saúde do colaborador no trabalho remoto pós-pandemia

A pandemia trouxe uma importante lição para o mundo profissional: priorizar a saúde e o bem-estar dos funcionários tem impacto direto na imagem da empresa.

 Portanto, a tendência para os próximos anos é que a relação entre o colaborador e a organização receba mais atenção. 

Desenvolvimento profissional contínuo

O trabalho remoto pós-pandemia também levanta a necessidade de aprendizado e desenvolvimento profissional constante.

Afinal, a capacidade de se adaptar nunca foi tão importante como durante a pandemia. 

Nesse aspecto, algumas soft skills terão um papel fundamental no futuro: colaboração, ética, empatia, liderança e resiliência.

Essas competências serão indispensáveis para os profissionais que querem ter destaque em um mercado competitivo.

Já para as empresas, a tendência é que elas invistam na capacitação dos profissionais para desenvolver competências emocionais e de relacionamento interpessoal e também para eles poderem lidar com os desafios de gestão. 

Os desafios do trabalho remoto pós-pandemia

Bem, o trabalho remoto pós-pandeia também apresenta desafios.

Entre eles estão a segurança da informação, ruídos na comunicação, gestão do tempo e outros.

Mas um dos principais desafios, tanto para os colaboradores quanto para as empresas é encontrar o equilíbrio entre as vantagens as desvantagens do home office.

A solução está no modelo híbrido?

Segundo dados divulgados pela Microsoft no começo deste ano, 58% dos profissionais brasileiros pensam em mudar para o trabalho híbrido ou totalmente remoto ao longo de 2022.

Ao que tudo indica, esta modalidade pode ser a saída para resolver os problemas do trabalho remoto.

Contudo, a transição para o híbrido pode ser um tanto quanto complexa para as empresas.

Afinal, elas terão o desafio de criar novas práticas adequadas para este novo regime de trabalho.

Logo, ter atenção a esses pontos é essencial para as empresas se adaptarem com mais facilidade nesta nova etapa.

Embora o trabalho remoto pós-pandemia seja desafiador, com novos padrões e processos, ele também tende a ser mais humano e colaborativo, promovendo assim, ganhos tanto para a empresa quanto para os colaboradores.

Quais as expectativas da sua empresa em relação ao trabalho remoto após a pandemia? 

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